23 junho 2009

parecia o fim do mundo...

...mas afinal não era!

Partilhar a minha vida privada num blog, com pessoas que desconheço e sem saber "quem" está do outro lado a lêr (e o que é que pode inventar) é uma coisa que me faz um bocadinho de... comichão no cérebro e por isso apenas partilho um quotidiano que não é assim tão relevante. Mas hoje decidi quebrar esta opção e escrever sobre algo mais pessoal da nossa vida caseira, que, na minha modesta opinião é de interesse público e que até pode ajudar alguém...

Há um ano e mais um bocadinho foi diagnosticado à I doença celíaca. Não se assustem que não se pega!

A doença celíaca (DC) é uma doença auto-imune do intestino, devido a uma intolerância alimentar crónica e permanente ao glúten. Pode aparecer em qualquer idade e em qualquer pessoa, manifestando-se com os mais diversos sintomas, sendo por isso difícil de diagnosticar. A única "cura" é uma dieta rigorosa e sem glúten para toda a vida.
Para quem não sabe o glúten encontra-se no trigo, centeio, cevada e aveia, fazendo com esteja presente nos mais diversos e inocentes produtos como massas, bolachas, pão, molhos, gelados, chocolates, tudo o que seja de conserva industrial, alimentos pré cozinhados, etc... uma lista que nunca mais acaba!

No caso dela deixou de ganhar peso (chegando mesmo a perder), parou de crescer, com prisão de ventre, irritabilidade constante e vómito em todas as refeições. Ganhou aversão à comida e à hora das refeições era um martírio, ela chorava quando via a colher, eu chorava por que lhe tinha que dar de comer! E passaram-se 11 meses sem que se conseguisse descobrir. Nós até já tinhamos ouvido falar da doença porque o filho de uma amiga também a tem (obrigada pelas dicas Catarina), mas a verdade é que nunca nos passou pela cabeça que pudesse ser isso visto os sintomas até serem diferentes! Eu fazia-lhe sopas que eram verdadeiras bombas para a engorda, às quais muitas vezes acrescentava massa, germen de trigo para engrossar, dava-lhe pãozinho e até lhe punha uma colherinha de papa no leite!
Acabou por ser enviada para uma consulta de gastrenterologia no Hospital Dona Estefânia, onde lhe fizeram análises e uma endoscopia com biópsia ao intestino, a qual veio confirmar a doença. A nós caiu-nos tudo ao chão e parecia mesmo o fim do mundo!
Iniciada à um ano a dieta rigorosa e isenta de glúten, a I já não é a mesma, desenvolveu e é uma criança feliz.

Não posso dizer que é fácil, mas também não é o fim do mundo. Requer algum cuidado para que não haja contaminação da comida dela e passámos a usar essencialmente produtos naturais e quando vamos ao supermercado lemos todos os rótulos!!!!

Sendo esta uma doença para a vida, sabemos que não estamos sozinhos e que existem pessoas que nos podem dar algum apoio. Por isso aqui fica o site da Associação Portuguesa de Celíacos, na qual podem encontrar ajuda e diversa informação sobre esta doença. Esta é uma associação sem fins lucrativos, por isso todos os donativos são bem vindos!
A APC tem uma revista que se destina a sócios e no site (na área destinada a estes) fazem a divulgação dos resultados das análises laboratoriais pedidas a diversos produtos para a confirmação da isenção de glúten.

Deixo outros endereços que de alguma forma "têm uma relação" com esta doença...

o blog sem espiga, criado por um grupo de jovens celíacos na qual divulgam iniciativas da APC e não só...

uma mãe que escreveu um livro, de receitas isentas de glúten,

um padeiro/ pasteleiro que confecciona sem glúten,

e o blog de uma celíaca.

Dêem uma espreitadela e vão ver que encontram muito mais!


Este é um post com interesse e espero conseguir ajudar alguém!!!

3 comentários:

Lou* disse...

Agora entendi o teu comentário no meu post :)
As mudanças de habitos que não são por nossa opção são sempre mais dificeis mas por outro lado já sabes ler rotulos e começaram a comer mais saudável.

Sara Rainbow Soul disse...

Obrigada Sara, por esta partilha :)*
Bjos muitos

Unknown disse...

A vida pôe-nos à prova quando menos esperamos e, nessas alturas, descobrimos uma força que não sabíamos que tínhamos. Aprendemos a relativizar e desdramatizar. Ao enfrentarmos os nossos problemas percebemos que podemos ajudar mais alguém...Bom, nem toda a gente faz isso, mas as Boas Pessoas como tu, fazem-no.
Muitos beijinhos,

Ana Maria